Um sorriso sentir,
Na madrugada de fogo
As tuas mãos…
Archote aos soluços
A ferida que não sara,
O homem que não consegue sair,
O peito em fogo,
E a necessidade de sorrir,
Os teus olhos,
Vigias de luar
Queimam de tanto chorar,
Boca gruta,
Que não grita
Rouco de tanto querer falar
A ternura
Que quer virar raiva,
O amor doçura
Com vontade de quebrar,
O ponto mais alto
O cume destronado do seu lugar!
Vi-te, ó SENTINELA DA MADRUGADA
De joelhos,
Numa escada a rezar,
Eram tão loucas
As orações que dizias,
Era a certeza
O culto à verdade mais cheia,
Que aos poucos
Começaste a elevar-te
Subiste
Vigia da madrugada,
Sem querer
Não pudeste reter
O ídolo do teu altar
Foram tantas as orações
Nessa escada de mármore
Decorada de luar,
Que tu,
Sentinela da madrugada
Um dia
Não pudeste mais
Ver a madrugada chegar!